Eu não achava que desmancharias o coração dele assim tão fácil, filho. Mas o fato é que vieste para transformar nossas vidas. A minha eu já sabia. A dele, não achei que seria tanto.
Como é lindo ver o olhar de cumplicidade de vocês, as brincadeiras repletas de amor. E os olhos dele, filho, precisas ver como brilham, como se derretem ao ver teu sorriso.
E quando ele te dá banho, brinca na água contigo, vibra junto com os teus pezinhos batendo forte e espalhando por todo o quarto o resultado dessa alegria. Fica tudo molhado, parede, chão, ele… Tudo encharcado de felicidade, embalado pelos teus gritinhos animados.
Quando te pega nos braços e te cheira como se em ti morasse a paz. E ela mora.
Quando te leva para a escola e se pudesse te traria de volta. Enruga a testa e faz aquela expressão de pena de ter que te deixar.
Quando te busca no berço de manhã e me pergunta: posso trazê-lo? É claro que pode, traz, coloca aqui no nosso meio, enche nosso ninho de calor, de risadas, de beijos, de aconchego.
Quando ele te coloca sobre o peito nu, trocando calor, amor, vida. E ele te aperta forte e acho que sente que és parte dele também.
Ele é todo cuidado, todo afeto, todo ciúme, todo zelo, todo proteção. Teu pai, filho, é um leão. É um anjo. É teu companheiro para toda a vida.
Pingback: Otto, cartas e comidinha: Em palavras poéticas, o coração de mãe gigante de Cris Soethe | A Boina